domingo, maio 30, 2004

Carne de Chocolate


Segredos de sémem sujos
sobre o aço da vitória
que aumentam o potencial
da tua emergência de névoa

Um leite de uva deixa
sobre o braço da glória
no autêntico manancial
uma transcrição tua segura

Mulher de vinho lácteo
uma luva de futuro
de algo que se pode dizer
nesta tempestade branca

Queima no dente clássico
devagar o meu pénis da pátria
perpendicular ao teu sorriso

Ainda gosto e ainda sou eu
nessas tapetes de peles raras


terça-feira, maio 25, 2004

Os dias em que os leitores são sabonetes


O leitor é um sabonete. A maior parte dos momentos é um rabanete despenteado de poesia, que se julga até poeta lendo prosa dentro de um prisma.

São básicos os leitores.

São básicos os editores sabonetes.

Voltam a ser básicos os leitores.

Todos menos o Poeta. Essa ferida. O açúcar querido do sangue.

São mármores os poetas que comem a memória do Poeta. Deixam de ser básicos. Deixam de ser leitores. Editores ou chapéu sabonete.

Gosto do pó verdadeiro sobre o sabão existencial do corpo.

Gosto da alga verdadeira que perdura no cheiro do poema.

Mas todas as pessoas julgam que os sabonetes são pessoas. Os clarinetes de ferrugem que lavam palavras nas palavras melódicas das palavras.

É por isso que ninguém me atende. Nem eu compreendo o atendimento de ninguém ao meu texto preso na aragem.

É por isso que há comentários idiotas a cada poema que deixa.