sábado, novembro 20, 2004

templo das estações

uma música desce sobre a pele fronteiriça
também há desertos de luz incidente
tranquilos rios de sonhos agrestes
consumidos no ruído
do coração ácido
temperamento
das tempestades
dormentes no corpo
embalado pela melodia

apesar das descobertas do sol
qualquer dia desisto
dessa líquida melancia desconhecida
numa dessas viagens interinas
abruptas e salinas

e essa fruta dos ventos
num nevoeiro de fogo atravessa
os lugares que a música
viu nascer ao perto
no amplo crustáceo
templo das estações