domingo, outubro 11, 2009

nasce cresce a flora (parte I)

Em cada dia há um segundo que se manifesta tranquilo num castelo de células, o quotidiano do leite em crescimento. No nascimento da flora sentimental, um pulsão animal guarda o destino que recebe em mandamento difícil do coração. Como uma classificação preliminar da alma que se pretende acrescentar ao dorso rebuliço do sol, todos temos o sémen da clorofila nas palavras do gelo. Somos frágeis como as flores que o vento grita, uma relva crepuscular de crianças é a ebulição carnívora da nossa alegria.

No suor do fogo nascem emergências, benignas e plásticas, algas transparentes de sangue que transfiguram os vidros da vida. Uma lava simples substitui-se à memória branca da tranquilidade multicolor. As estações do tempo tentacular preenchem inicialmente a flecha inocente das sementes, e alimentamo-nos do manto níquel de fome nos olhos coloridos.

Caminhando na estrada simples vamos sendo o sexo dos sentimentos, a tranquila temperatura transmitida pelos nossos pais amnióticos. Entretanto, há uma segurança de fumaça fugidia que avistamos nas nuvens cinzentas das montanhas, uma chuva que se aproxima em flocos de palavras surdas, visualizamos o não sentido, visualizamos um hidrato de carbono mecânico da nossa inteligência húmida. Sentimos que podemos futuramente sentar o corpo numa cadeira de pelo em fúria e apagar as frases entretanto menos escritas, assumindo mais um pouco de feridas descritas na inteligência explosiva.

1 comentário:

Giovanna disse...

Em cada dia, em cada segundo, em cada momento, tudo em nós cresce, tudo em nós desperta, somos fragéis mas seguros diante de tantas adversidades que pairam sobre nossos olhos.. a vida é assim, cheia de mistério e energia, tudo é lançando como uma flecha sem ponta e tranquilamente vencemos os desafios e agarramos as oportunidades e a cada dia tudo começa de novo....
amei sua escrita, gostei de passar por aqui...
vou te visitar mais vezes...
abraços Giovanna