terça-feira, janeiro 17, 2006

o sangue das palavras puras

a criança corre
entre a
trança das cadeiras
a espinha de aço
na esplanada em linha
brinca e pinta o movimento
come imune a inocência
enquanto o sangue raw
estanca nas palavras puras
e lava o fumo nobre
de um pensamento gelado

e o branco momento
num inerte pranto
invisível ao líquido
inexistente de um corpo
que se desvaneia
é um sonho pavio
a vida
permanece
sobre o vazio
de uma laranja quente
que nasce sobre o pantanal
o fumegar doce
lembra-me um traço
de um perfil de alga
carregado e solto
um género de cristal
imundo de
funerais de sal
como um cesto de
sons surdos

1 comentário:

Anónimo disse...

belo título, belíssimo: sangue das palavras puras...

abraço, gustavo
www.razaopoesia.zip.net