segunda-feira, abril 12, 2004

capri azulemente

é aqui a porta funicular para
o que se acaba no pensamento

capri
há um fim da escrita na pluma

o lápis pálido do mar é infinito no corpo
português
por isso sinto
a cor
qualquer bandeira

qualquer parte de lábio
nas margaridas limpas
num papiro de pele

aqui

encontro na subida da falésia luminosa
e fácil tentacular
o fim
de alguma viagem
o princípio do início capri

há um leite infinito
que lembra temperatura
corpos que procuram
aqui capri
vejo o lazuri fresco e sinto
o planeta assustado dos poetas
um vento virgem assola
as mãos vazias
líquidas lusas

e lembrei-me do teu primeiro
olhar havia flores de memória
uma margem que arejava
nos beijos


Sem comentários: