O tratado dos trabalhos do homem
O teu pensamento interactivo deixa-me descansado, leva-me pálido na planície de gordura que o nevoeiro foi matando ao longo do tempo.
Leio tudo mas nunca chego a abrir um único livro com a luz branca da morte. As páginas passam por cima das nuvens arejadas.
E os pombos continuam a voar sobre as estátuas sujas de Lisboa.
Neste dia existe uma vela que segura o corpo do mar na minha mão. E todos os trabalhos do homem tentam explicar a invisibilidade do amor numa avenida da vida.
As ruas do Chiado continuam a derramar esse sangue que o castelo português construiu para calar as ondas agitadas.
E ninguém ouve a sombra que as grutas escondem, ninguém verifica o néon que deslumbra a fraqueza dos corações alados.
Eu continuo porque finalmente.
Morri em trabalhos antigos, na língua de aço de um funicular.
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