sábado, junho 26, 2004

O aço dos cravos

Uma bandeira perturba o vazio no escuro da sala, deixando as cadeiras na interrogação perene do futuro. E um timbre silencioso relembra-me a cor sinistra do sangue.

Vou-me sentar um pouco nos ponteiros do tempo.

Reparo que estou ainda acordado no meio da vida. Reparo que faço uma estrada desse silêncio líquido que o hino repara.

Sou um segundo de um mar de espuma.

Reparos de uma parada num degrau de uma escada. Centavos que escrevo enquanto me conheço no aço dos cravos.

Uma perna macia permite algumas alegrias luminosas nas rosas. Basta-me uma vitória para percorrer a relva que me leva para ti.


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