quinta-feira, fevereiro 12, 2004

Na tua assinatura havia um pulmão


Chamei o cavalo da chuva para o mar dos lençóis e encontrei a mão lenta e maravilhosa das chaves misteriosas.

Interior.

Mais um barco que se encontra na planície do teu corpo. Um pardal que anuncia o vulto de um vulcão.

Havia o teu coração numa ilha de areia.

A penumbra da mente é um umbral de escadas, algumas placas de musgo caem em plasma nas pernas dos pensamentos.

Uma cauda de licor faz o tempo aquoso da noite. Gosto de encontrar no declive da espuma os teus olhos.

A lâmina de uma imagem adormece-me no caudal de um rio ferido.

Foi nessa lombada que conheci um nevoeiro em que os meus olhos tremiam. Havia o frio do desconhecido.

Nos braços de um prisma transparente encontro a descoberta de uma relva de veludo.

Há uma fotografia tua que permanece na caligrafia.

Sempre beijei o rastro da tua assinatura.


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