domingo, fevereiro 08, 2004

Os segredos nos dedos


Vou perguntar o teu corpo até que o fôlego do destino se perca na margem do desespero, até que me preencha o sol terminal da brandura.

Até que se esgote o sumo quente das viagens implícitas.

O fogo sedoso que a aurora introduz na tua forma tranquila. Segredos e novelos nas encruzilhadas, primaveras que fogem na chuva dos dedos...

Vou perguntar ao jardim das estações quais as sementes para as árvores tropicais, um palco de teatro transporta figurinas de açúcar para o terraço da pele.

E tudo quando a luz labial se aproxima do suor maquinal das aventuras.

Sim...o meu sonho é o laço do presente.

O brilho e a polifonia do teu rosto tântrico, estou ao abrigo de um beijo nómada que se perdeu no comboio lácteo do sol.

Sim...o meu som é um braço do verão.


Sem comentários: