O sol do inverno
Esta noite deste-me a paz límpida dos pássaros. Vou guardar este açúcar quente do sol no plátano das almofadas. Vou guardar essa visão das águias num farol de escadas.
Uma viagem vermelha cai sobre o cristal das tuas pernas. Afinal descobri alegre que o tempo não teve tempo.
Quando as raias silenciosas do nevoeiro se sobrepuserem às pinturas do mar, vou poder colocar novamente a música doce da tua imagem reflectida no vidro da memória.
Um final segredo antecipado no início da aventura da pele.
Só tu e eu sabemos onde pudemos dar as mãos.
A electricidade das estrelas vai-me dar coordenadas copérnicas para os anos verdes que crescem sobre as escamas.
Uma lágrima lembra-me um sorriso do principal desejo.
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