O rio onde nascem as nêsperas
Quando os braços tinham no carvão os beijos inesperados das nêsperas, ainda me lembro de ti na prata nebulosa das margaridas.
Um vulcão adormecido é atravessado pela platina de pólen, a temperatura nasce nas paredes de neon por onde o corpo passa, ainda me lembro do rio que partiu as pedras de aço.
Mas há sombras nos lugares que ficam com as gotas perfumadas da cinza.
A preliminar nuvem das alegrias desvanece a aparente gordura simplista do gume, ainda me lembro do setembro das raias silenciosas.
Mas há ainda frutos circulares nas grutas húmidas das falácias, o pão saloio dos pensamentos permanece no lume brando das plantas pálidas.
O planeta tépido dos legumes trespassa a cauda vegetal dos cometas, o declive inóspito dos cigarros da alma.
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