Sombra simples
Inverto a sensação benigna dos pardais até encontrar a mais fulgurante e sensata perversão que faça algum sentido.
Antes que se feche completamente a porta maresia da minha própria ausência. Antes que as plantas ocultas do incenso construam máscaras irreconhecíveis.
Até eu próprio ter um sentido inverso ou um sentimento que alimente o verso infinito da busca. Gosto dessa vertigem húmida que paira sobre o alterego desconhecido.
Não me conheço em qualquer espelho que tenta imitar o corpo.
Há uma dualidade extrema em todo o vinho interior das palavras. Há uma sensualidade de milho que se prenuncia desses universos incógnitos.
O esgoto da inocência é um mar na margem florestal de uma estrada aritmética do corpo fácil.
Gosto que a água perplexa seja definitiva e um meio caminho para a tranquilidade da lua.
Há dois líquidos de uma extrema solução nas unhas da vida. O eu simples e a sua sombra convexa.
--------
Inspiração poética no argumento de Sentidos In-versos de Ricardo.
Sem comentários:
Enviar um comentário