quinta-feira, dezembro 18, 2003

A aventura atmosférica do amor de Pipukus


Pipukus morreu, porque tentou viver. Deixou o sangue do abismo misturar-se com o sémem em cima da memória.

A dança marginal das mãos que se afogam nas pétalas. Os teus cabelos deixam até perceber que o amor também morreu.

Trata-se apenas de um passeio do sexo pela estratosfera dos sentidos. Até que as hormonas também desapareçam e a solicitude febril do corpo pergunte novamente por ti.

E tenha de procurar a sede dos olhos mais parecidos com os teus. O perfume mais próximo da lava.

Pipukus nasceu, porque encontrou a imagem de um império de desejo.

Porque fez a célere penetração das ideias num algodão preto de amor. Porque te fodeu até a lágrima morrer, também num sorriso de uma lâmina fácil.

Encontra nas árvores o voo ácido dos pássaros, o beijo que procurava.

Pipukus está em suor, porque tentou sonhar. Pensou a faca de veludo do sentimento sobre as algas do segredo.

Existe um lago vermelho com a cor negra e secreta da carne.


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