quinta-feira, novembro 13, 2003

Doces de Setembro


Há mulheres que são um mar de mãos, uma melodia de memória que vamos despertando nos gritos do sémen.

Por vezes há um pássaro que me desperta da alegria prolongada de uma lingerie.

Temos muitas plantas à flor da pele, que penetram em nevoeiros semíferos, e há umbigos que nos continuam sempre desconhecidos.

Há rios de pérolas, visões coloridas que deixamos em vidros, há suor que nunca se sente no sangue.

Lentamente, vamos abafando cristais, contamos mentiras ao mundo para permitir as árvores e os frutos melosos da inocência.

Comemos maçãs doces, descansamos ofegantes das marés, perto de uma praia nocturna, onde os morcegos não atormentam as imagens tentaculares.

Há navios com portos de precipício, que nunca morrem no veludo inquisidor do oceano.

Há mulheres que fazem da melodia uma branca memória marítima.


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