quinta-feira, novembro 06, 2003

Mapa de alquimias


Quero viver na areia da inocência, num mapa incógnito de aveia química.

Quero nascer numa nuvem clássica de acetona aromático, perto de um precipício sintomático. Nuns lábios que tenham uma semelhança muda com o teu perfume, uma esperança de lâminas arábicas.

A ponte de madeira prolonga-nos para a aridez da chuva, é um deserto líquido de segredos, de sons marginais de nicotina plasmática.

Mas também gosto que o teu sangue se perca no meu abismo de aforismos.

Gosto que o teu suor invisível deixe dicionários sem sentido, partidos no chão liquefeito. Gosto de nascer morto de sede.

Na procura de um som sombreado, de um universo único, que se encontra num mapa de alquimias.

É nessa tua árvore impulsiva que encontro algumas sombras de silêncio, que ainda me pertencem. Nasceram perto do suplício difícil das rosas.

Amo os rastos dessas sementes surdas do meu corpo, a lava que vive ainda no teu estrume.


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