segunda-feira, novembro 24, 2003

Por quem os sinos dobram

a decisão
o dia é cedo
a matinal melancolia
faz a gélida luta da vida
na planície do desperdício
a determinação célere

o frio relâmpago
percorre a fruta do corpo
a emergência no vulto do futuro

a arma foragida
lamentável batalha
sobre a infindável cinza

a cicatriz do orgulho
nas asas feridas do destino
na promessa aromática

o homem de cinco
ainda vivo perene
perante a raiva
o brilho calmo
e sem chama
enlouqueceu
com a dor
que o fez
nascer
viver

por quem os sinos
tocam o tempo
inexorável
por quem
os sinos
dobram

o mistério de névoa
integra os olhos
estranha viagem

ouvimos a líquida fúria do silêncio

no desmantelar da aurora
tudo deixou de existir
excepto a vontade
de Ser

por quem os sinos
tocam o tempo
inexorável
por quem
os sinos
dobram

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interpretação poética de “For Whom The Bell Tolls”
Metallica – "Ride the lightning" (1984)


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