quarta-feira, novembro 19, 2003

Oceano azulíneo


Escrevo este verso porque tu és o sexo do seu corpo, porque cada palavra é a tua brisa por mim, cada som é a minha mão que passa sobre o verso.

Escrevo esta secreta hamonia porque o teu corpo fecha a solidão metálica no micro-ondas, porque também a tua sombra ausente é uma alegre vertigem de mel.

Cada sílaba é uma pequena espuma do teu perfume de plasma, lembra-me a chuva tropical com cores que pensava já não existirem.

O universo da tua imagem dilui-se em sorrisos quentes pelo meu corpo.

A tua viagem sobre mim é um anzol musical, há um lençol de arco-íris nos teus olhos que ultrapassa toda a penumbra de uma distância milimétrica.

Um misterioso intervalo.

Entre os vales, aquele espaço de leite e algodão que me leva até ti.

Escrevo este verso porque tu és o brilho que mantém as letras unidas, porque se ergue um sentimento adormecido em cada curva que te pertence.

A vida é uma tempestade que se junta ao sol na tua forma de alecrim.


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