quinta-feira, outubro 02, 2003

A fusão inaudível dos gritos sozinhos

assim vão as casas
de vida no vento
na sombra das asas
de segredos sonolentos
descobertos pelos líquenes
assim sai de mim
o pelo dos segundos
quando o dia passa
no fim da flecha
numa alegria
em que digo adeus
ao momento
que construiu o som da pele
o arroz inaudível
dos gritos sozinhos
sobre o gelo do nome
ácido das pedras
o que separa os corpos da fusão
essas vértebras liquefeitas
da fuligem que perdura
nas palavras trocadas
entre as pontes
que fizemos no mar
nascer juntos ao sol.

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