terça-feira, outubro 28, 2003

Diferença

Às vezes fazes parte do mar milimétrico, dos grãos declinados de açúcar, às vezes, quando morre a diferença entre o pensamento e a melodia.

Às vezes quando passas no pensamento, o sangue acelerado faz mais sentido. A vida evita que a morte das palavras líquidas se torne cansativa e demoníaca.

O perfume parte-se, preenche uma falésia de riachos, algumas páginas de sons, lembro-me das avenidas pretas dos labirintos. Alguém as disse, um dia. A vida sempre é mais do que murmúrios marginais de maresia.

O mundo deixa em cima da almofada algumas perguntas de lâminas brancas, flores que me beijam na palidez da chuva fria. Às vezes desaparece a diferença entre o preto e o branco.

Às vezes tu apareces quente na crista das ondas, a matar as subtilezas das marés.

Às vezes eu faço sentido.

Às vezes vivo.

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