A inflamação das uvas herméticas
namoro uma amora
contigo em novo trigo
uma placenta de um jogo
que se inflama num lençol
momentos em cachos de uvas
e sumos açucarenos de imagens
vinha escrito nos jornais de hoje
em itálicos cabeçalhos
palavras tuas de cantiga
esse prazer eléctrico
que vem da saliva
de uma área compulsiva
e hermética
saimos do carro
chovia
estava o vento
a fechar as portas de cristal
sobre o linho arado do passado
à beira de um fogo de mar
quebrou-se
a voz do silêncio lavrado
e segredos mortos
as libélulas libertas num líquido
nesse mar de gaivotas gratas
que diz a fúria cega do futuro
das garças no areal
no convento
de todos os planos invisíveis
alguns oblíquos
de algas clássicas
o meu alimento é o acuçar que ceifa
a tua língua rubra de um sonho.
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