O teu pólen no poema
o dia em que o desejo
vestiu uma camisa
de algodão
um dia
já sabia
que te ias daqui
embora num dia
quando o calor das borboletas
limpou vidros no inverno de sal
por isso escondi o beijo
do teu corpo clássico
nas letras límpidas
num poema
de plancton e cálcio
assim as estrelas nascem
numa noite a norte permanente
e o teu cheio permanece
num palavra viva de gás vital
embora também o lamento
gástrico
este orvalho vá
num momento em pó de ar
até ficar apenas um frasco
de estrias vazio
com o teu nome
no rótulo em cristal crítico
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